o que é maior em mim,
o amor ou o medo?
o que é maior me domina?
ou de tão grande, determina
o que há fora de mim?
o maior me move ou me limita?
há muito amor, e muito medo
de não ser mais eu, o amor.
ahhh.... menos eu, menos eu, menos eu!
já não me aguento e não me basto.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
a pele separa o sangue do resto do mundo inteiro.
farta profusão de dentes e unhas, embora
os dentes não se refaçam como as unhas,
e também os pelos, e os cabelos
- esses em profusão quase infinita.
os ossos quebram, as articulações se rompem,
boca e olhos se lavam com saliva e lágrima.
inspira, expira, transpira, digere,
suspira.
no grande golpe da evolução fez-se bicho consciente
terça-feira, 31 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
vo
quando ele morreu, eu parei.
o mundo se desqualificou.
o mundo se desqualificou.
doía, em cada dia, a noite do meu vô.
dois anos depois sonhei com ele, jovem, como nunca o vi.
como se o conhecesse desde antes, de quando ele era não meu vô:
desde quando nós dois éramos da mesma idade.
e desde então me profundei em eternidade.
aí, dia desses, ganho um presente, pela janela: a voz do vô.
"ô júlia, acho que vou aterrissar"
meu vô joão eterno.
vô voando e aterrissando, vô longe, vô bem perto.
ô, vô, eu também vôo!
domingo, 15 de agosto de 2010
mais uma vez
cá estamos nós:
eu e meu quarto bagunçado.
são rabiscos, retalhos, traços
dentro de nós, os laços
e desnecessária a ordem dos fatos
aleatórios, alheios, rasos, cheios
de vazio.
de vazio.
há sempre mais espaço, aqui,
pra nada e coisa nenhuma.
na desordem me encontro,
no quadrado me conforto:
eu e minha vida bagunçada.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
domingo de inverno
dia do sol, agradeço: pelo sol, pelo sal.
dia da lua logo começa, lua cheia cheia de sol...
não precisa interruptor na varanda:
tem a rede, tem as plantas,
o irmão dormindo perto.
dia da lua logo começa, lua cheia cheia de sol...
não precisa interruptor na varanda:
tem a rede, tem as plantas,
o irmão dormindo perto.
domingo, 13 de junho de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
maternidade
sei o que é ter,
não sei o que é ser.
quando for minha vez de outra ser,
outro ter... um outro ser:
e o fim da vida em primeira pessoa.
sábado, 8 de maio de 2010
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