quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


entre discursos, sentimentos, atitudes
quantas contradições cabem!

cabem, mas não servem

como roupas apertadas
oprimem, deformam
o sem limite do ser

então vou

retirar toda capa
desatar todo nó
servir, ao que sou

onde só cabe

um sentimento,
um discurso,
uma atitude:

AMOR


tantos beijos escritos
beijos, beijinhos, beijões
entre reticências, espaços
e exclamações

tantas palavras de amor
o afeto preso em palavras
o gesto endurecido
nas entrelinhas do amor


fiquei parada no tempo?
a que tempo pertenço?
me liberto na morte?
qual minha sorte?

morrendo, eu mesma sou  tempo
- tal qual vento -
ou, apenas um intento:

SER

eterna, enfim?