Hoje bateu a porta um senhor procurando por meu pai. Porque ele não estava, perguntei quem era e se queria deixar algum recado. Ele se apresentou e disse que não era nada urgente, nada demais, apenas passou em frente da casa e lembrou de bater, pois fazia tempo que não se encontravam.
Eu mantenho contato com meus amigos frequentemente - por telefone, email, redes sociais. Mas não lembro a última vez que bati a porta de um amigo pra conversar, ainda mais sendo um assunto não urgente. Talvez na adolescência tenha aparecido de surpresa na casa de alguma amiga, mas imagino que foi aos prantos por ter levado um fora, ou eufórica porque fui pedida em namoro - assunto urgentíssimo, portanto.
O fato é que fiquei pensando na riqueza que existe nos assuntos que não são urgentes. Naquela conversa despretensiosa que primeiro quer saber como anda a vida e depois vai se estendendo, estendendo - ainda mais se acompanhada de alguma coisa alcoólica. Quantas idéias, quantas músicas, quantos projetos, quantos laços já devem ter surgido dessas conversas. E podem estar surgindo agora.. tomara.
Nunca tinha visto esse amigo do meu pai.
Na próxima vez que ele bater a porta, vou querer conversar sobre os assuntos não urgentes também.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
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