quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vestígios de Sonho - I

Era um sítio. Fazia sol. Estava num gramado, próximo à casa.
Fui picada por uma abelha, 
logo muitas abelhas (se emaranhando nos cabelos),
zumbido,
confusão,
escuro.

Acordei dentro da casa. Fora, ainda fazia sol, mas a casa era fria.
Veio a mãe do sonho: quis saber como me sentia.
Contou do ataque das abelhas,
que estive desacordada desde então,
que muitos anos haviam se passado... e nesse tempo chegou um moço, 
um enfermeiro, que cuidou de mim e esteve sempre ao meu lado:
me alimentando, contando histórias, esperando pacientemente que eu acordasse.

Ele acabou de sair - disse a mãe - mas prometeu voltar logo.

Corri pra janela e ainda o vi seguindo em direção à porteira.
Não usava uniforme, mas umas roupas velhas,
era alto, magro, os cabelos reluziam ao sol.

Quando ia fechar o trinco, fez um movimento de olhar pra casa...

Me escondi entre as cortinas e continuei observando...
aquela figura que, subitamente, me encantara
- mas que também me metia medo.


O vestígio: uma sensação de renascimento e de curiosidade, se é que não significam a mesma coisa...

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