segunda-feira, 28 de março de 2011

Contos de Fumaça - I

O tema da prosa, da vez, era a posse das terras de trás da igreja.
Falaram no nome de Mané Nune, que começou fazendo fortuna de maneira meio sem modos:

Em tempos de safra de café, juntava mulher e filhos,
e metidos em lençóis,
e munidos com velas,
saíam pela noite a assombrar as casas, e se o morador, no medo de ser mesmo coisa de outro mundo, fugisse, deixando as sacas no jeito de se pegar, ele pegava. Na mesma noite rumava pra cidade com os grãos que não havia plantado nem colhido. Quem espreitasse pela janela curioso do barulho, via o fantasma da carroça passando.

Rosinha Nune sua filha, tomou mesmo tanto gosto na atuação do assombro que ainda hoje, já beirando o centenário, agenda suas peças pela madrugada... 

Nenhum comentário: