Pensei, passeando por Paraty: gosto porque a cidade é realmente bela ou porque é bela a cidade que não existe mais? Gosto das portas, telhados, das ruas, proporções, ou gosto do que já não é, do tempo em que não estou?
Não sei... mas oras, como? Se nem ao menos sei o que é gostar!
Pedras empilhadas, madeiras aplainadas, barro cozido... são amáveis?
(Veja que não é questão de retribuir a afeição, creio que não me tenham alguma.)
Será então, que é porque foram - rocha, árvore, terra - dominadas por mãos alheias e tanto tempo depois, assim organizadas, ainda me são úteis?
Estaria o gosto na utilidade?
(Não me imaginava assim tão prática!)
Pois eu o amo porque é útil ao meu existir. E amo essa cidade velha porque me é útil o seu não existir.
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